Quem anda de carro nas grandes cidades talvez nem precisasse ler as estatísticas. Dirigir em Curitiba, Maringá, Londrina, Cascavel ou Foz do Iguaçu tornou-se um tormento. São horas de trânsito intenso, não apenas nos chamados “momentos de pico”. O incauto cidadão que se atrever a percorrer as ruas da capital paranaense no meio da tarde se assustará, pois levará longos minutos para andar duas ou três quadras.
É certo que o retrato da indústria automotiva é semelhante ao da economia, que ainda comemora o “grau de investimento” dado pelas agências de risco. Mais carros produzidos e vendidos significam empregos garantidos nas montadoras e nas revendedoras. O mercado indireto de auto-escolas, mecânicas, lojas de autopeças e afins também cresce.0 É o tal círculo virtuoso, que só pode ser festejado.
Mas as cidades não conseguem mais comportar demanda tão grande de carros nas ruas. Curitiba, que até cinco ou seis anos tinha um trânsito relativamente calmo, tornou-se a cópia reduzida de São Paulo. Tanto que há um projeto de lei na Câmara Municipal sugerindo a instituição do rodízio medida impopular e impensável na teoria, mas que na prática acaba sendo uma opção plausível para a cidade. O exemplo de Curitiba resume a falta de avanço da infra-estrutura de todo o Brasil, mesmo que “nunca na história deste País” tivéssemos um ritmo tão constante (e seguro) de crescimento. Estamos crescendo, gerando mais riquezas e melhorando a vida de muitos. Mas o bolo, como dizia Delfim Netto nos tempos do “milagre econômico”, ainda não foi dividido corretamente. Nem com os mais carentes, nem com os setores mais necessitados.
sábado, 30 de agosto de 2008
Trânsito paranaense piora a cada dia
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